Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
A série Testament, que estreou no dia 8 de junho no aplicativo Angel Studios, leva o movimento cristão primitivo para “Salem”, uma sociedade distópica que vive sob domínio imperial. Com uma estética alternativa, a série se passa em um cenário sem smartphones ou mídias sociais, mas com carros, trens e um ambiente analógico. Syrstad explicou que, em um “dia moderno alternativo”, o cenário analógico permite uma conexão mais genuína com a história, afastando-se da revolução digital que transformaria as cartas de Paulo, por exemplo, em e-mails.
“Não se pode contar a mesma história que se encontra no livro de Atos dentro da revolução digital”, afirmou Syrstad. Ele explicou que a transformação de cartas em e-mails ou mensagens digitais perderia a essência da experiência, especialmente no que diz respeito à ameaça do mundo analógico – carregar algo físico por longas distâncias.
Esse enfoque tanto espiritual quanto prático reflete a visão de Syrstad. Ele compartilhou que sua jornada começou com curtas-metragens baseados em parábolas para tentar conectá-las ao contexto contemporâneo. Ao trabalhar com jovens na igreja, ele percebeu a dificuldade de contextualizar as parábolas, como a do Bom Samaritano, sem o entendimento cultural necessário. “Eu adoro, mas nem todo mundo gosta de túnicas e sandálias. Então, foi uma forma de dizer: ‘Aqui está a mesma história, só que com algumas diferenças estéticas’, na esperança de conectar as pessoas”, disse ele.
Apesar de sua construção alternativa do mundo, Testament mantém-se fiel às Escrituras e à presença do Espírito Santo. Syrstad enfatizou que, ao longo de toda a série, o Espírito Santo é uma presença constante, embora o personagem principal não seja explícito na lista de convocação. “Ele é o personagem principal. Ele está em todos os episódios, sem exceção”, declarou o diretor ao The Christian Post.
Essa presença espiritual é sentida especialmente em cenas impactantes, como as mortes de Ananias e Safira, conforme descritas em Atos 5. Syrstad reconhece que essa passagem, frequentemente omitida ou suavizada, é perturbadora, mas a série se compromete a manter sua intensidade, para que a verdadeira santidade e a alegria do Espírito sejam manifestadas de forma equilibrada. “Às vezes, demonstramos a alegria do Espírito Santo sem a Sua santidade. E às vezes, a santidade sem a alegria. O que nos esforçamos para fazer é demonstrar ambas.”
Syrstad acredita que o livro de Atos nunca foi tão pertinente quanto agora. Para ele, a humanidade dos apóstolos é um aspecto crucial da narrativa. “Esses pilares incríveis da fé eram humanos. Eles enfrentaram as mesmas lutas, as mesmas preocupações e tensões que nós, seguidores de Jesus, temos”, afirmou, destacando que os apóstolos, apesar de sua convivência com Jesus, eram tão humanos quanto qualquer um de nós.
Ele acredita que essa nova onda de produções cristãs se diferencia de Hollywood, que muitas vezes tenta adaptar histórias bíblicas sem capturar sua essência. “Hollywood tentou fazer adaptações bíblicas, mas sempre parece que algo está faltando. É a verdadeira conexão com essas histórias, e o desejo de respeitá-las, de colocá-las no pedestal que merecem”, explicou.
A estreia de Testament em Londres, que contou com a presença de 300 pessoas, foi um sucesso. Syrstad ficou impressionado com o apoio recebido e com a recepção positiva, especialmente pela ousadia e fidelidade ao livro de Atos. “As pessoas adoraram a audácia, a ousadia. E acho que as pessoas ficaram surpresas com a fidelidade ao livro de Atos, mesmo neste mundo alternativo.”